No início deste mês, o ouro renovou sua máxima de 2.075 dólares por onça, mas depois caiu drasticamente para 1.863 dólares na última quarta-feira.
No entanto, a correção não surpreendeu ninguém, já que o metal precioso cresceu em preço quase continuamente por dois meses. A cotação, mais cedo ou mais tarde, precisa diminuir um pouco para se acostumar aos novos níveis de suporte e, após uma breve pausa, continuará a subir no mercado.
Assim, o ouro está agora de olho em novas máximas, preparando-se para saltar para $ 2.100 a onça. Segundo os especialistas, esta marca é muito importante para o metal precioso, já que sua conquista será evidenciada pela conquista real, não nominal, do recorde de US$ 1.923 a onça de 2011.
É certo que o ouro tem todos os motivos para um salto histórico. Os principais bancos centrais continuam a bombear dinheiro barato para a economia global, os rendimentos das obrigações do governo dos EUA são baixos, a pandemia do coronavírus ainda está em fúria em todo o mundo e as relações EUA-China estão se deteriorando a cada dia.
O ouro também subiu quase 3% na segunda-feira, tendo recuperado a maior parte das perdas da semana passada. Hoje, o metal precioso continua a crescer em preço, consolidando-se acima de US$ 2.000 por onça.
De acordo com a Universidade Johns Hopkins, os casos de coronavírus no mundo se aproximaram dos 22 milhões. Isto levanta preocupações entre os investidores de que a recuperação econômica global ocorrerá a um ritmo mais lento do que se pensava anteriormente.
Os participantes do mercado também estão observando o desenvolvimento das relações entre Washington e Pequim, no qual há um outro aumento de tensão. Ontem, o Departamento de Comércio dos EUA anunciou novas medidas para restringir o acesso do gigante tecnológico chinês, Huawei, o componentes-fundamental para seu funcionamento.
O declínio contínuo do dólar também contribui para o aumento adicional das cotações do ouro.
As taxas líquidas de baixa do dólar americano atingiram seu valor mais alto desde maio de 2011, de acordo com dados do CFTC.
"Tal volume de uma posição curta em USD cria o risco de uma redução acentuada, especialmente se a queda se estagnar. No entanto, no momento, os fatores negativos para o dólar permanecem em sua maioria", disseram os especialistas do Banco OCBC.
Atualmente, o índice do dólar está sendo negociado em cerca de 92,5 pontos, permanecendo próximo a máximos de dois anos.
Esta semana, os traders aguardam a liberação do protocolo da reunião de julho do Fed, que será liberado na quarta-feira. Ele deverá indicar a posição "dovish" do regulador em relação ao controle da curva de juros dos títulos do governo dos EUA e ao objetivo de inflação no país.
Além disso, assume-se que a política monetária super branda do Fed, incluindo as tentativas do Banco Central de manter o rendimento dos títulos do governo em um nível baixo, contribuirá para um maior crescimento das cotações do ouro e uma depreciação do dólar.
Os analistas do Citigroup esperam que o metal precioso possa subir para US$ 2.100 por onça nos próximos 1-3 meses, e chegar a US$ 2.300 em 6-12 meses.
"As taxas recordes de entrada de capital de investimento em ETFs de ouro, a retirada de dólares e o rendimento real negativo do Tesouro são os principais motores do rali do ouro. O metal precioso está próximo de renovar as máximas históricas, que atingirão os US$ 2.400 (o limite superior da tendência ascendente)", disseram eles.
