Na terça-feira, as cotações subiram 0,6%, ou US$ 10,90. Como resultado, o valor das barras de ouro na Bolsa de Mercadorias de Nova Iorque (NYMEX) era de US$ 1.794,20. De acordo com o recurso FactSet, este é o valor mais alto em quase 3 semanas.
Analistas acreditam que relatos de que a demanda do consumidor pelo ativo está ganhando impulso, especialmente entre os bancos centrais, ajudaram o ouro a retornar a uma alta de 3 semanas.
De acordo com um estudo realizado pelo World Gold Council, cerca de um em cada cinco bancos centrais do mundo pretende aumentar suas reservas de ouro durante 2022, escreve Bloomberg.
Além disso, o preço do metal amarelo continua a subir pelo declínio no rendimento dos títulos dos EUA de 10 anos. Na terça-feira, o indicador caiu de 1,361% para 1,348% - menor valor desde 21 de junho.
"Acho que estamos vendo o ouro se beneficiar de uma queda nos rendimentos dos títulos", disse Edward Moya, analista sênior da Oanda. No entanto, os investidores podem reconsiderar suas perspectivas de alta para o ouro no contexto de comentários futuros do Federal Reserve dos EUA, o que ajudará a fortalecer a moeda dos EUA e, em última instância, aumentar os rendimentos.
A mesma opinião é compartilhada por seu colega analista Marios Hadjikyriacos. Ele chama a atenção para o fato de que o regulador passa cada vez mais a levantar o tema da elevação dos juros e da redução das medidas de estímulo.
Enquanto isso, a ata da reunião do Federal Reserve será publicada hoje. Os investidores aguardam informações adicionais do regulador sobre a taxa de inflação e os próximos rumos da política monetária.
Lembre-se que como resultado da reunião de junho, foi prevista a probabilidade de um aumento das taxas de juros em 2023. Isso causou pânico no mercado de metais preciosos, e como resultado o preço do ouro caiu drasticamente.
Ainda assim, na manhã de quarta-feira, em um contexto de espera por importantes comentários do Fed, o preço do ouro mostra uma dinâmica positiva. No momento da preparação do material, o ativo amarelo estava sendo negociado a US$ 1.797,95. A diferença em relação ao fechamento anterior foi de US$ 3,75, ou 0,21%.
A prata também subiu, embora o ativo tenha encerrado a sessão de ontem no vermelho. Na terça-feira, perdeu 32,7 centavos, ou 1,2%. Esta manhã, as cotações já subiram 0,3% e se aproximaram da marca de US$ 26.253.
Apesar da atual tendência de alta, os analistas ainda não fazem previsões otimistas para os dois metais preciosos no terceiro trimestre.
Por exemplo, Carsten Menke, chefe de pesquisa de próxima geração da Julius Baer, acredita que nos próximos 3 meses, os metais amarelos e cinzas irão repetir o cenário de 2013-2015.
Durante este período, os preços no mercado de metais preciosos flutuaram sob a influência de dois fatores. Por um lado, foram amparados pelos juros dos bancos centrais e, por outro, foram puxados para baixo pela expectativa de aumento das taxas de juros.
O especialista diz que tudo isso aconteceu em um contexto de retração econômica geral e tentativas de recuperação, quando a atratividade de ativos portos-seguros não era alta. Estamos vendo uma imagem semelhante agora.
Assim, no terceiro trimestre, não devemos esperar movimentos sérios de preços, seja para baixo ou para cima. De acordo com a maioria dos analistas, o mercado de metais preciosos estará em fase de consolidação.
O ouro e a prata continuarão a "digerir" informações sobre o nível de inflação nos Estados Unidos, bem como um possível aperto da política monetária.
É a retórica do Fed que se tornará um fator-chave para os metais que influenciarão seus preços, enquanto a deterioração da situação epidemiológica no mundo ficará em segundo plano.
No final do trimestre, os especialistas prevem um preço médio do ouro de US$ 1.800. A previsão mais otimista envia o ativo acima de US$ 1.910. Há também a opinião de que o valor do metal precioso pode cair para US$ 1.710.
