A opinião que prevalece no mercado, no momento, é que a inflação e o PIB dos EUA irão desacelerar, e a Reserva Gederal será extremamente lento para normalizar a política monetária. Em conjunto com os discursos do presidente do Bundesbank Jens Weidmann, que teme a aceleração do IPC alemão para quase 5%, estas circunstâncias forçam os investidores a fechar posições curtas no EUR/USD. Como resultado, o par deixou a área de mínimas de 4 meses. Será que a tendência está pronta para se reverter novamente este ano?

De fato, os especialistas da Reuters reduziram suas previsões de crescimento econômico dos EUA em 2021 de 6,6% para 6,2%. A maioria deles espera que o Fed começará a reduzir gradualmente o QE apenas no primeiro trimestre de 2022 e o fará de forma extremamente lenta, a US$ 10 bilhões por mês. A matemática nos permite entender que o programa de US$ 120 bilhões só será concluído até o final do próximo ano. A desaceleração da inflação central em julho de 0,9% para 0,3% em uma base mensal confirma a ideia de que a normalização da política monetária está se movendo a um ritmo bem lento.

Nem todos concordam com isso. O Fed espera novos progressos no mercado de trabalho dos EUA. Paralelamente, não há nenhuma pista de dinheiro de helicópteros nos projetos de Joe Biden sobre novos incentivos fiscais de US$ 4,1-4,5 trilhões. Em outras palavras, não se trata de nenhum cheque semanal de 300 dólares. Os norte-americanos serão pressionados a ir ao trabalho, enquanto os aumentos salariais podem impulsionar ainda mais a inflação. Assim como são os próprios incentivos fiscais.

Dinâmica da inflação e dos salários nos EUA.

Se o núcleo do PCE permanecer pelo menos 4% até meados de 2022 e a economia se aproximar do pleno emprego, o Fed será forçado a agir de forma agressiva. O rápido aumento da taxa dos fundos federais é a chave para um maior fortalecimento do dólar americano.

Quanto à zona do euro, os preços ao consumidor lá, naturalmente, podem subir para 3%, mas é difícil imaginar que a inflação base subiria para pelo menos 2%. Deixe-me lembrar que, atualmente, o indicador está no nível de 0,7%. Além disso, a julgar pelas expectativas econômicas do instituto alemão ZEW, a atividade empresarial e o PIB do bloco monetário começarão a desacelerar em breve. Isto provavelmente se deve à variante delta e às novas restrições.

Dinâmica da atividade empresarial e expectativas econômicas na zona do euro

Se acrescentarmos a isto os problemas epidemiológicos e econômicos que a China está passando atualmente, torna-se claro que os touros no EUR/USD não podem contar com um pico semelhante ao que aconteceu na segunda metade de 2021. As locomotivas do PIB global diante dos Estados Unidos, da China e da Zona Euro estão visivelmente perdendo a força. Ao mesmo tempo, os Estados Unidos parece estar melhor, e o dólar pode aproveitar a exclusividade americana - o crescimento mais rápido da economia na América do Norte em comparação com o resto do mundo.

Tecnicamente, não há razão para duvidar da tendência de queda do EUR/USD. Enquanto o par estiver abaixo do valor justo em 1,188, impulsionado pelo perfil do mercado, os ursos estão no controle total da situação. Neste caso, a recuperação das médias móveis e níveis de pivô próximos a 1,1775, 1,1815 e 1,1845 deve ser usada para formar posições curtas.

EUR/USD, Gráfico Diário