O metal amarelo começou um novo mês e uma nova semana em um clima instável. Segundo os analistas, o ouro afundou significativamente, dando lugar ao dólar, com o qual compete com mais frequência nos mercados mundiais.
No início desta semana, o metal amarelo afundou abaixo de US$ 1.880 por 1 onça troy. O movimento descendente do ouro não parou por aí. Na noite de segunda-feira, 2 de maio, o preço do metal precioso caiu 2,9% para $1857,12 por 1 onça troy. Na manhã de terça-feira, 3 de maio, os futuros de ouro para entrega em junho caíram 0,07%, para $1855,93. Segundo analistas, o nível de suporte para o metal amarelo foi de $1853,40, e o nível de resistência foi de $1921,30 por 1 onça troy.
Nos primeiros pregões de maio, o preço do ouro afundou significativamente no contexto do fortalecimento da moeda americana. Este último se opõe com confiança ao metal amarelo, mantendo a liderança no mercado financeiro. O dólar está ficando mais caro em relação a outras moedas mundiais, sendo negociado perto dos máximos de vários anos. O dólar é apoiado por uma queda do apetite ao risco e um possível aperto da política monetária da Reserva Federal.
Na quarta-feira, 4 de maio, os mercados esperam que o Fed aumente as taxas de juros em 50 pontos-base (bp). Entretanto, os estrategistas da moeda do Commerzbank, acreditam que a decisão do banco central não afetará muito o metal amarelo. De acordo com os especialistas, "no contexto de um fortalecimento constante do dólar verde, o ouro está rompendo para o lado negativo". Isto também é facilitado pela retomada do crescimento do rendimento dos títulos do governo dos EUA.
Muitos investidores financeiros estão perdendo o interesse pelo metal amarelo. Segundo a Bloomberg, na semana passada, no final de abril, foi registrado um poderoso fluxo de saída de capital do ouro. Isto pôs um fim a uma entrada de fundos de 14 semanas no metal amarelo. Segundo o CFTC, no final de abril, os investidores financeiros reduziram as posições longas no ouro em 20%, para 81.000 contratos. Este é o nível mais baixo desde o início de fevereiro de 2022, resumem os analistas.
Os estrategistas do mercado monetário estão confusos com a dinâmica atual do ouro. Esperava-se que nas condições atuais ele se tornasse um ativo protetor ideal, mas isto não aconteceu. O preço dos metais preciosos não só não aumentou, como até afundou. De acordo com cálculos preliminares, dois fatores negativos contribuíram para isso: a posição excessivamente de falcão do Fed e a especulação sobre as reservas de ouro da Rússia.
1. A política monetária agressiva do Fed
Muitos analistas estão confiantes de que a expectativa de ações agressivas contra a política monetária do Fed irá paralisar o preço do ouro. A perspectiva de um novo aumento da taxa chave nos EUA aumenta o apelo do dólar em relação a outros ativos, como o ouro. Como resultado, será necessário menos dólares para comprar 1 onça de metal precioso. Isto ajuda a reduzir o preço do ouro denominado em USD, dizem os especialistas.
2.Manipulações com a reserva de ouro da Rússia
Segundo os analistas, as reservas de ouro do banco central russo foram um dos poucos ativos não afetados pelas sanções ocidentais após o início do conflito russo-ucraniano. Ao mesmo tempo, a parte de leão dos ativos russos foi congelada. No entanto, os especialistas admitem que parte dos US$ 140 bilhões de ouro pode ser vendida para fazer pagamentos correntes.
No momento, o ambiente de investimento global continua atrativo para investimentos em ouro. Fatores como o conflito russo-ucraniano, a desaceleração do crescimento econômico na China, a hiperinflação em vários países e a instabilidade do mercado acionário contribuem para isso. Muitos especialistas esperam uma alta de preços em grande escala no mercado do ouro. Atualmente, o metal amarelo demonstra relativa estabilidade, o que tem sido observado desde o início de 2022.
