Assolada por confrontos violentos, Hong Kong está fazendo todos os esforços para combater o nervosismo social e político. Até os analistas mais otimistas admitem que o enclave acabará por perder sua independência governante e econômica da China continental. Isso é apenas uma questão de tempo. No entanto, a região administrativa especial busca se afirmar. No início de setembro, a Hong Kong Exchange and Clearing (HKEX) fez uma oferta de fusão para a London Stock Exchange (LSE). Essa mudança foi uma surpresa para o mundo financeiro. No entanto, a LSE a rejeitou instantaneamente. O conselho da LSE disse em comunicado que tinha "preocupações fundamentais sobre os principais aspectos da proposta condicional: estratégia, entrega, forma de consideração e valor". "Consequentemente, o conselho rejeita por unanimidade a proposta condicional e, dadas as suas falhas fundamentais, não vê mérito em mais engajamento", resumiu a gerência da LSE. De fato, a HKEX propôs a compra da LSE por US $ 36,56 bilhões. Com essa oferta pública de aquisição, o governo de Hong Kong pretendia reviver seu setor financeiro. Atualmente, a economia do enclave está perdendo força em meio à inquietação social ininterrupta e à guerra comercial entre os EUA e a China. A fusão hipotética entre as duas grandes bolsas de valores amorteceria as consequências da desaceleração iminente na economia de Hong Kong. Do ponto de vista da LSE, aceitar esta proposta arruinaria relações bem estabelecidas com a bolsa de valores de Xangai. Não é à toa que o conselho da LSE decidiu por unanimidade contra a fusão.