Os diplomatas russos surpreendem as pessoas com bom senso distorcendo a retórica. Embaixadores e formuladores de políticas muitas vezes confundem as pessoas com declarações e decisões contrárias àquelas que foram tomadas anteriormente. Talvez a arte da diplomacia justifique agir como apropriado em determinadas circunstâncias, mas o bom senso rejeita tais desenvolvimentos das relações diplomáticas. Vladimir Chizhov, o embaixador russo na UE, confunde os cidadãos russos com a sua amnésia. Recentemente, o diplomata russo ameaçou as autoridades da UE com medidas de retaliação em resposta às suas sanções. Ele advertiu Bruxelas de que Moscou está levando a sério o abandono do euro nos acordos internacionais e até mesmo o fim das relações com a Europa até que as sanções sejam banidas por completo. Curiosamente, os líderes dos 28 países do bloco do euro votam unanimemente em assembleias regulares para estender as sanções econômicas contra a Rússia. Além disso, as autoridades da UE encontram sempre uma desculpa para acrescentar novas restrições às que se encontram em vigor. Ao mesmo tempo, Vladimir Chizhov revelou os planos de Moscou de aumentar o volume do comércio com a UE usando a moeda única europeia em pagamentos mútuos, apesar das ameaças anteriores. A ideia de aumentar a quota do euro nos pagamentos de importações mútuas está a ser forjada a um nível elevado, uma vez que tanto a Rússia como a UE advogam contra o reinado do dólar americano. Bruxelas está a promover o euro como uma alternativa ao dólar dos EUA. "Esta questão está em cima da mesa tanto no governo russo como na Comissão Europeia. As conversações estão em curso. Temos feito cada vez mais acordos faturados em euros", comentou o embaixador russo sobre a política do Kremlin. No entanto, mesmo que todas as faturas de bens e serviços importados sejam emitidas em euros, isso dificilmente abalará o reinado do dólar, considerando os volumes modestos de tais acordos. Alguém pode duvidar, já que a UE está comprando o petróleo e o gás russo. Na verdade, as faturas de petróleo e gás são liquidadas em dólares, uma vez que o comércio internacional de petróleo está atrelado à moeda americana. "As coisas não são tão fáceis mesmo no caso do interesse mútuo. Entretanto, as grandes empresas energéticas europeias parecem não estar dispostas a fazer negócios em euros", Vladimir Chizhov resumiu o seu diálogo com a UE.