Em 28 de janeiro de 2019, Washington impôs sanções ao setor petrolífero da Venezuela. Assim, o país latino-americano perdeu uma grande parte de seus compradores regulares pouco depois. Mas, os EUA não conseguiram paralisar a produção petrolífera venezuelana. As autoridades portuárias locais registraram 214 petroleiros de novos clientes que chegaram aos portos venezuelanos em 2019. A Casa Branca desviou o foco do monitoramento da implementação das sanções em meio a problemas políticos e econômicos no país. Enquanto isso, 41 novos clientes estão dispostos a comprar o petróleo bruto venezuelano barato, infringindo as sanções dos EUA. Antes das restrições terem sido impostas, os EUA costumavam ser o principal importador do petróleo venezuelano. Atualmente, o país latino-americano está vendendo a maior parte de seu petróleo para a China, Índia e Cuba. Estes compradores representam 37% dos embarques de petróleo da Venezuela em 2019. Além disso, o país em crise acrescentou Portugal, a República da África do Sul e o Bahrein a seu mercado de exportação.

Curiosamente, as estatísticas não pintam o quadro real. Para entregar petróleo aos clientes, os capitães usam métodos criativos para disfarçar a origem da carga. Os capitães de algumas embarcações desligam os transponders para interromper o sistema de rastreamento do navio. Outro truque é a transferência de petróleo de superpetroleiros maiores para navios menores enquanto se aproximam uns dos outros em mar aberto e movimentam o petróleo ao longo das mangueiras de ligação.