Visto que Washington prefere jogar pelas regras, espera o mesmo de todos os seus parceiros. E isto não é de se admirar, já que o cumprimento das obrigações é a base para uma boa parceria. Assim, o governo americano não podia ignorar o fato de que a UE estava fornecendo subsídios diretos para apoiar o fabricante de aviões europeus Airbus, o principal concorrente da Boeing. As autoridades americanas acreditam que, ao fazer isso, a UE perturbou o equilíbrio no mercado de construção de aeronaves e quebrou as regras da concorrência justa do mercado. Assim, a Casa Branca interveio e lembrou a seu parceiro comercial que deveria seguir as regras do jogo. Para tornar sua mensagem mais clara, os EUA impuseram tarifas pesadas sobre uma série de produtos europeus. Logo em seguida, a administração da Airbus recusou qualquer apoio financeiro do governo da UE. O representante da Airbus anunciou que "as tarifas impostas pelo Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR) estão atualmente prejudicando todos os setores da indústria visados, incluindo as companhias aéreas americanas, e estão contribuindo para um ambiente muito difícil como consequência da crise da COVID-19". Este movimento pode ser considerado uma verdadeira rendição da Airbus e da UE também nesta guerra comercial de longa duração com os Estados Unidos. Atualmente, a economia europeia é altamente dependente dos Estados Unidos, que continua sendo o maior mercado para as exportações europeias.