28.04.201707:55:00UTC+00Fitch: Diminuição das Tensões Com a Rússia Ajuda o Financiamento da Bielorrússia em 2017

A retomada dos desembolsos do Fundo Eurasiático para a Estabilização e Desenvolvimento (EFSD) e a solução do último conflito energético entre a Bielorrússia e a Rússia reduzem, mas não eliminam completamente, a incerteza sobre a capacidade da Bielorrússia de executar com êxito seu plano de financiamento de 2017. O melhor acesso a fontes externas de financiamento e a redução das pressões sobre as receitas em moeda estrangeira apoiarão a estratégia da Bielorrússia de cumprir o seu reembolso de obrigações externas de Janeiro de 2018. Segundo relatos da imprensa, a Bielorrússia recebeu um desembolso de USD300 milhões da EFSD na quarta-feira. Este foi atrasado de setembro, e era o terceiro devido sob o programa de 2 anos USD2 bilhões para a sustentação do orçamento e da reserva internacional acordada em março 2016. O país recebeu dois desembolsos que totalizam USD800 milhões em 2016. Rússia e Bielorrússia resolveram uma disputa sobre os preços do gás que começou no ano passado, após uma reunião entre o presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, e o presidente russo, Vladimir Putin, no início de abril. A Rússia irá normalizar os volumes de fornecimento de petróleo para a Bielorrússia (o novo acordo prevê 24 milhões de toneladas de petróleo por ano até 2024), e a Bielorrússia fará pagamentos atrasados ​​à Rússia pelo fornecimento de gás. O ministro das Finanças da Bielorrússia e o primeiro vice-primeiro-ministro disseram que a Rússia também poderia fornecer financiamento para a Bielorrússia, embora o montante total e os termos não sejam claros. Um relatório disse que a Rússia iria refinanciar cerca USD700 milhões da dívida existente. A Bielorrússia é fortemente dependente da Rússia para o apoio ao comércio e financiamento externo, não obstante os conflitos energéticos periódicos desde o início dos anos 2000. Evitar uma disputa mais prolongada reduz os riscos para a balança de pagamentos, as receitas governamentais dos direitos aduaneiros e a atividade econômica geral da redução do fornecimento de petróleo russo para as refinarias da Bielorrússia, embora ainda esperemos que a economia continue em recessão em 2017. Isso, por sua vez, deve apoiar o plano de financiamento do governo, que prevê um aumento das receitas em moeda estrangeira que não sejam dívidas para USD1.8 bilhão em 2017, de USD1.2 bilhão no ano passado e desembolsos no EFSD no valor de usd1 bilhão. No entanto, a redução do risco de liquidez externa antes do vencimento das obrigações internacionais de USD800 milhões em janeiro também dependerá da utilização de fontes adicionais de divisas e, portanto, de outros elementos do plano de financiamento - principalmente o retorno à emissão de mercados de capitais internacionais, que o gorverno prevêm em USD800 milhões, e a capacidade do governo de contrair empréstimos em moeda estrangeira no mercado interno. A vulnerabilidade do financiamento externo criada por baixas reservas internacionais e elevada dívida externa líquida é uma fraqueza de crédito de longa data que se reflete na baixa taxa soberana da Bielorrússia, que afirmamos em Fevereiro. Os desenvolvimentos recentes estão de acordo com o nosso pressuposto de que a Rússia forneceria apoio financeiro ad hoc. O governo bielorrusso indicou que pode buscar ajuda do FMI, mas nossas previsões não incorporam isso, pois o momento de qualquer acordo é altamente incerto.