08.04.202018:41:00UTC+00Ata do Fed mostra que alguns participantes preferiram cortes pequenos

A ata das reuniões de emergência de política monetária da Reserva Federal em março mostrou que alguns participantes preferiram um corte menor nas taxas de juros a cortar as taxas em um ponto percentual completo na reunião de 15 de março. A ata informa que alguns participantes da reunião favoreceram o corte das taxas em 50 pontos base, observando que tal decisão daria apoio à economia diante do surto de coronavírus, preservando a capacidade do Fed de baixar novamente as taxas no caso de as perspectivas econômicas se deteriorarem ainda mais. Os participantes também observaram que cortar as taxas em 100 pontos base menos de duas semanas após um corte de emergência de 50 pontos base corria o risco de enviar um sinal excessivamente negativo sobre as perspectivas econômicas. No entanto, o Fed acabou por votar a redução das taxas em 100 pontos base para um intervalo de zero a 0,25%, apontando para o provável declínio a curto prazo da atividade econômica devido ao surto do coronavírus e ao grau extremamente elevado de incerteza quanto à duração e gravidade do declínio. A presidente do Cleveland Fed, Loretta J. Mester, votou contra a ação, preferindo reduzir a meta da taxa de fundos federais para 0,5 a 0,75 por cento. A ata observou que Mester apoiou plenamente todas as ações tomadas para promover o bom funcionamento dos mercados e o fluxo de crédito às famílias e empresas. Com relação às perspectivas econômicas, os participantes da reunião levantaram vários cenários alternativos com relação ao comportamento provável da atividade econômica no segundo semestre do ano. O Fed notou que estes cenários diferiram entre si na suposta duração e gravidade das perturbações da atividade econômica causadas pela pandemia de coronavírus. Vários participantes sugeriram que os efeitos negativos sobre a atividade econômica não seriam necessariamente tão duradouros como os associados à crise financeira da década anterior. Eles enfatizaram a natureza temporária do choque à atividade econômica, o facto de o choque ter surgido no sector não financeiro, e o estado saudável do sistema bancário dos EUA. Enquanto isso, os participantes citaram de forma proeminente a possibilidade do surto do vírus se tornar mais difundido do que o esperado, como um dos riscos negativos para as perspectivas econômicas dos EUA. "Tal evento poderia levar a interrupções temporárias mais abrangentes, com implicações adversas para a produção de bens e serviços e para a demanda agregada", disse o Fed. A ata também reiterou a posição anterior do Fed de que seria apropriado manter as taxas nos níveis atuais próximos a zero até que os formuladores de políticas públicas estivessem confiantes de que a economia tinha "resistido aos eventos recentes".