A terceira onda da pandemia atinge o mundo, por isso, novas restrições de quarentena estão sendo introduzidas em vários países. As tensões estão crescendo novamente em Washington e nos Estados Unidos, o que é um alerta para os mercados. Na Europa, as chamas da guerra das vacinas estão latentes, com risco de estourar.

É de se admirar, então, que o dólar defensivo esteja perto de picos de vários meses em relação à maioria de seus principais concorrentes?

São os Estados Unidos entre os representantes das Big Ten que apresentam as maiores taxas de recuperação.

Embora a economia americana ainda não tenha voltado ao normal, as estatísticas mais recentes indicam que ela está se movendo na direção certa.

A estimativa de crescimento do PIB nacional no quarto trimestre de 2020 foi revisada para cima - de 4,1% para 4,3%.

O número de novos pedidos de seguro-desemprego nos EUA na semana passada caiu para um mínimo anual de 684.000.

As estatísticas macro também estão começando a refletir os benefícios da vacinação em massa.

Mais de um terço da população adulta dos Estados Unidos já recebeu pelo menos uma dose da vacina de COVID-19.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que nos primeiros cem dias de sua presidência, o número de pessoas vacinadas será de 200 milhões, contra a meta anterior de 100 milhões.

Isso, junto com as estatísticas positivas sobre os EUA, permitiu que o mercado de ações americano recuperasse suas perdas e terminasse ontem na zona verde.

No entanto, especialistas do JP Morgan alertam que o fim do trimestre está se aproximando e os títulos em mãos de fundos de pensão caíram de preço. Para alinhar a estrutura de seu portfólio com os retornos de aposentadoria, eles podem precisar se livrar de até US $300 bilhões em ações de uma maneira bastante rápida.

Portanto, segundo analistas, apesar do crescimento dos principais índices de ações dos EUA na quinta-feira, os investidores devem se preparar para a continuação da "turbulência", que vai jogar a favor de um dólar seguro.

Ao longo da semana, o dólar americano subiu de preço em quase 1%, o que se deveu principalmente a uma redução na demanda por ativos de risco.

De acordo com especialistas da TD Securities, o índice do USD está atualmente flertando com uma quebra acima da média móvel de 200 dias (em 92,6 pontos).

"Em eventos anteriores, quando isso aconteceu, o dólar se fortaleceu por seis meses. O crescimento médio foi de cerca de 6%", disseram.

No contexto do crescimento do dólar, o par EUR / USD tem estado sob forte pressão de baixa nas últimas semanas e já atingiu os níveis mais baixos desde novembro do ano passado, caindo abaixo de 1,1800.

A principal razão para o enfraquecimento da moeda única é o aumento dos casos de COVID-19 na zona do euro, onde os governos nacionais são obrigados a apertar medidas restritivas.

Deve-se observar que a segunda onda de coronavírus na Europa, com bloqueios massivos, não impediu que o principal par de moedas apresentasse uma recuperação mais cedo.

No entanto, então as perspectivas econômicas para os EUA, em comparação com a UE, não eram tão boas quanto agora.

Além disso, parece que o fortalecimento do dólar vem com total aprovação dos EUA e da Europa.

Os EUA precisam mostrar que o dólar é uma moeda forte para canalizar investidores para a dívida do governo dos EUA, que precisará financiar enormes pacotes de estímulo econômico. A zona do euro precisa de um euro barato para manter a competitividade dos produtos industriais europeus.

Assim, o dólar afirma permanecer em níveis relativamente altos por um período bastante longo, que pode se estender por pelo menos seis meses.

Ao longo do mês, o euro foi negociado em um mercado de baixa, e a tendência continua de baixa.

Na sexta-feira, o par EUR / USD conseguiu se recuperar um pouco depois de cair para uma baixa de quatro meses perto de 1,1760, marcada no dia anterior.

O euro recuperou parcialmente suas perdas recentes em relação ao dólar norte-americano em meio à divulgação do relatório do IFO, que mostrou uma melhora no espírito empresarial na Alemanha.

No entanto, analistas disseram que é improvável que isso interrompa a queda do euro, já que as preocupações com o ritmo lento das vacinações na UE e as disputas com o ex-membro da aliança a Grã-Bretanha sobre as exportações de vacinas continuam sendo o tema dominante no mercado.

"A moeda única caiu abaixo da média móvel de 200 dias, e este é um sinal claro de que continuará a cair", disseram estrategistas do Banco MUFG.

"O Euro está sofrendo com o ritmo lento da vacinação contra COVID-19 na Europa, bem como com novas medidas restritivas causadas por temores de que a terceira onda de COVID-19 atinja a Europa e pensamentos latentes de uma guerra de vacinas entre a UE e a Grã-Bretanha, "Informaram os especialistas do DBS Bank.

"EUR / USD pode cair para 1,1695 e testar a zona de fundo duplo em 1,1603 com o retorno da dinâmica de baixa", acrescentaram.