O principal resultado da reunião de política monetária do BCE foi a aprovação efetiva pelo regulador, representado pela sua chefe, C. Lagarde, para começar a estreitar o volume de recompras de ativos. Entretanto, a presidente não disse como o faria. Avaliando o resultado da reunião e seu discurso na coletiva de imprensa, podemos dizer que o Banco Central Europeu agirá com extrema cautela.

Como os investidores irão agir agora no contexto da posição do BCE e da expectativa da reunião de política monetária do Fed, que será realizada no dia 22 de setembro?

Acreditamos que o rumo do BCE em direção a um alto grau de cautela na política monetária em meio à situação da COVID-19, problemas nas economias da zona do euro, e alta inflação, pode geralmente antecipar ações similares por parte do Fed. Já foi indicado que o Fed, representado por seu líder J. Powell, se concentrou recentemente na situação do mercado de trabalho, que permanece complexa e ambígua. Em nossa opinião, isto terá um impacto significativo na decisão do Fed de iniciar medidas destinadas a reduzir o volume de recompra de ativos, que está sendo realizada atualmente no valor de cerca de US$ 120 bilhões por mês.

É provável que o regulador americano decida semelhante aos planos do BCE. De fato, será possível falar sobre a mesma abordagem muito cautelosa para apertar a política monetária.

Em nossa opinião, a reação positiva do mercado atual na região da Ásia-Pacífico está claramente relacionada a isto. Há também um aumento de futuros para os principais índices de ações europeus e americanos na manhã anterior à abertura da sessão da Europa, o que provavelmente refletirá alguma segurança dos investidores quanto ao futuro das políticas monetárias dos Bancos Centrais mundiais liderados pelo Fed.

Acreditamos que os mercados experimentarão hoje uma recuperação local ascendente, acompanhada pelo fechamento de posições curtas e a tomada de lucros em ações, um aumento nos preços do petróleo bruto, do ouro e dos metais industriais. Nesta onda, a demanda por ativos defensivos - o dólar, o iene e o franco, bem como por títulos do governo de países economicamente desenvolvidos - diminuirá.

Também pode se presumir que um aumento na demanda por risco e o contínuo enfraquecimento da moeda dos EUA começará na próxima semana.

Previsão do dia:

O par EUR/USD está se consolidando antes da abertura do pregão europeu. Se o sentimento do mercado melhorar e a demanda por ativos de risco crescer, é provável que o par aumente ainda mais até o nível de 1,1900.

O par USD/CAD fez uma correção para baixo na onda de alta dos preços do petróleo bruto e uma queda do dólar americano. A quebra do preço no nível de 1,2620 levará a uma nova queda para o nível de 1,2500.