A Visa anunciou que expandirá seus serviços de cripmoeda, em parceria com fornecedora de tecnologia de blockchain Consensys e irá construir uma infraestrutura para o acesso para moedas digitais do banco central (CBDC).
A gigante de pagamentos pretende criar condições antes da primavera para que os bancos centrais possam experimentar a distribuição da tecnologia após a cunhagem no protocolo Quorum da Consensys.
A parceria é o mais recente desenvolvimento no mercado de criptomoedas em rápida ascensão, com bancos centrais competindo para emitir suas próprias moedas digitais e empresas financeiras estabelecidas no mercado se interessando por pagamentos de criptomoedas.
A parceria usa um modelo de distribuição de um sistema de "duas camadas" para CBDCs. Os bancos centrais projetariam sua moeda digital no Quorum da Consensys, onde definiriam suas regras monetárias e de governança. Eles então usam a infraestrutura da Visa para distribuir a moeda por meio de intermediários financeiros, como bancos comerciais.
Eswar Prasad, autor de The Future of Money e professor de política comercial da Cornell University, explicou alguns dos benefícios do modelo Visa-Consensys. Não exclui os provedores de pagamento e pode criar concorrência para aqueles que podem fornecer os serviços mais eficientes e de baixo custo. Em sua opinião, os bancos centrais provavelmente preferirão gerenciar a infraestrutura de pagamentos por conta própria.
A Visa está envolvida em produtos relacionados a criptomoedas desde 2019, usando sua rede de pagamento para comprar criptomoeda e convertê-la novamente em moeda fiduciária.
A Visa já liquida transações em uma stablecoin e, recentemente, lançou um serviço de consultoria em criptomoedas que atende a bancos que exploram seus próprios planos de criptomoedas.
O número de países explorando o CBDC praticamente dobrou no último ano e meio. Segundo o rastreador CBDC do Atlantic Council, 87 países diferentes, que representam 90% do produto interno bruto global, estão expandindo a tecnologia financeira garantidamente.
No entanto, o progresso e os objetivos dentro deste grupo têm sido desiguais. Nove bancos centrais, incluindo Nigéria, Bahamas e sete outros países do Caribe, lançaram o CBDC. Enquanto isso, a China está pronta para apresentar seu Iuan digital a visitantes estrangeiros no próximo mês durante os Jogos Olímpicos de Inverno de 2022.
Enquanto isso, os principais bancos centrais, como o Fed, não emitirão uma moeda digital tão cedo. Durante uma audiência de reconfirmação no início desta semana, o presidente do Fed, Jerome Powell, disse que o tão esperado documento do Fed sobre o CBDC seria divulgado nas próximas semanas. No entanto, ele não deu um cronograma firme além disso.
Um alto executivo da eCurrency, uma empresa que assessora o Tesouro dos EUA e o Federal Reserve sobre CBDCs há mais de uma década, disse que o Congresso deve aprovar antes que o Fed e o Tesouro dos EUA possam emitir um token apoiado pelo banco central.
O caso de uso para qualquer CBDB é amplo. No entanto, com base em conversas com bancos centrais, a líder da CBDC da Visa, Catherine Gu, mencionou duas razões principais.
Primeiro, os países em desenvolvimento poderiam usar essa tecnologia para fornecer maior acesso financeiro à população sem conta bacária.
Em segundo lugar, os CBDCs fornecem aos países desenvolvidos uma distribuição mais eficiente do alívio de estímulos de maneiras mais direcionadas para estimular uma economia, como dar ao dinheiro uma data de validade ou permitir que ele seja usado apenas em determinadas transações.
No entanto, há um obstáculo relacionado à adoção e aceitação do CBDC pelos usuários. Isso depende do poder que a tecnologia potencialmente concederia aos bancos centrais e se isso representa um desafio à primazia de unidades fiduciárias como o dólar americano, a moeda de reserva dominante no mundo.
Embora as CBDCs possam fornecer novas ferramentas de política monetária, não está claro como as restrições serão estabelecidas nas sociedades democráticas e como elas serão integradas ao sistema financeiro existente.
