Os participantes do mercado continuam a avaliar as perspectivas da economia global como um todo e as situações específicas de cada país, dando atenção especial aos Estados Unidos.
Todos os principais índices de ações globais encerraram o primeiro trimestre deste ano com ganhos constantes devido às expectativas de que o Fed seria o primeiro a cortar as taxas de juros, seguido por outros bancos centrais globais.
Mas será que esse é o caso?
O órgão regulador dos EUA encontra-se em uma situação bastante desafiadora. Por um lado, a economia nacional não pode suportar um período prolongado de altas taxas de juros e, teoricamente, elas precisam ser reduzidas. Por outro lado, o modelo monetário que visa uma taxa de inflação de 2%, ou em torno dessa marca, não permite que o Fed inicie a redução das taxas. É por isso que observamos promessas regulares do presidente do Fed, Jerome Powell, de começar a reduzir as taxas de juros o mais rápido possível, mas o banco central não age.
Qual é o perigo de um período prolongado de incerteza nas ações da Reserva Federal?
Na semana passada, Larry Fink, cofundador de uma das maiores empresas de investimento, a BlackRock, declarou que a economia americana está enfrentando sérios desafios, com o mercado financeiro local passando por problemas generalizados. Em sua opinião, o descontrole da dívida nacional dos EUA poderia levar a outra "década perdida". Atualmente, a dívida nacional dos EUA ultrapassa US$ 34 trilhões, o que equivale a 124% do PIB nacional. Fink acredita que, nessa situação, será muito difícil combater a inflação, já que altas taxas de juros não só aumentarão a dívida dos EUA, mas também representarão o risco de não serem pagas. Ele ressalta que o uso exclusivo de medidas monetárias pelo Fed não ajudará a reduzir a inflação. Se o órgão regulador continuar apenas observando e não tomar medidas, prometendo aos mercados o que talvez não possa cumprir, isso poderá resultar em um crash do mercado de ações e em vendas no mercado de títulos públicos. A propósito, já existem preocupações nos Estados Unidos sobre a bolha do mercado de ações local, que continua a inflar sem parar.
Observando tudo o que está acontecendo, é seguro dizer que a economia americana realmente enfrenta sérios problemas, como já apontado anteriormente. A completa ausência de um setor real na economia e a predominância do setor financeiro ou de serviços levam à destruição da infraestrutura do país, confirmando ainda mais nossa tese. Por que o país precisaria de pontes e ferrovias consertadas se não há praticamente nada para transportar? O setor manufatureiro é muito pequeno e fraco.
O que ameaça os mercados na situação atual dos Estados Unidos?
Acreditamos que a demanda desenfreada por ações de empresas, que os próprios proprietários compram ativamente, aumentando artificialmente seu valor e capitalização, aumenta o risco de um colapso total nos valores dos ativos, enterrando o mercado financeiro e os investidores que compram ações a preços altíssimos de empresas de fachada, empresas que não produzem nada.
O que acontecerá com o dólar em uma situação como essa?
A incerteza em relação à política monetária do Fed, bem como de outros bancos centrais globais, continuará a estimular uma tendência geral lateral no mercado de câmbio que envolve o dólar.
Quanto ao ouro e outros ativos reais, como o petróleo, há motivos para acreditar que a demanda por eles continuará forte. Os riscos de uma bolha financeira no mercado de ações dos EUA, uma série de conflitos em todo o mundo, sérias contradições nos Estados Unidos em meio às eleições presidenciais e a tensão geopolítica geral darão suporte à demanda por ativos reais, embora muitos investidores continuem a esperar pelo melhor, que está por vir.
Previsão diária:
XAU/USD
O ouro à vista atingiu nosso nível-alvo anterior de 2.250,00. Com as condições locais de sobrecompra, o mercado pode cair para 2.240,00 como parte de uma correção antes de retomar os ganhos para a marca de 2.300,00.
WTI
O preço do petróleo bruto americano também atingiu o primeiro nível-alvo de 83,50. Há uma probabilidade de que o índice de referência seja corrigido para 82,85, mas depois se recupere para o nível de 84,70.
