Ontem, os índices acionários dos EUA encerraram o pregão com desempenho misto. O S&P 500 caiu 0,16%, o Nasdaq 100 recuou 0,76%, enquanto o índice industrial Dow Jones avançou 0,44%.

Os mercados de ações subiram e o dólar enfraqueceu à medida que o otimismo em torno de um possível corte na taxa de juros pelo Federal Reserve reacendeu o apetite por risco, superando as renovadas tensões comerciais entre os EUA e a China. Assim, os mercados conseguiram recuperar grande parte das perdas da semana anterior, com os traders concentrando-se na perspectiva de uma política monetária mais dovish sinalizada pelo Fed e, em grande parte, ignorando os relatos contínuos sobre dificuldades nas negociações comerciais entre os dois países.

A crescente convicção de que o Federal Reserve cortará a taxa de juros exerceu pressão sobre os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA, tornando o dólar menos atrativo para os investidores. Isso, por sua vez, impulsionou os preços de ativos denominados em outras moedas e provocou uma alta nos mercados acionários. No entanto, a persistente incerteza em torno das relações comerciais entre os EUA e a China continua a moderar o sentimento dos investidores.

Uma nova escalada na guerra comercial poderia anular os efeitos positivos de um corte de juros pelo Fed e redirecionar o capital novamente para ativos de refúgio, como ouro e títulos do Tesouro.

As ações asiáticas subiram 1,9%, registrando o maior ganho intradiário em mais de dois meses, após declarações do presidente do Fed, Jerome Powell, sobre a fraqueza do mercado de trabalho reforçarem as expectativas de um corte de juros em outubro. O rendimento dos títulos do Tesouro norte-americano de dois anos manteve-se próximo aos níveis mais baixos desde 2022, enquanto o ouro atingiu uma nova máxima.

Powell sinalizou que o banco central dos EUA pretende reduzir a taxa de juros em mais 0,25 ponto percentual no final deste mês, mesmo com o fechamento do governo, que limitou significativamente a capacidade do Fed de prever tendências econômicas. Os contratos de swap precificam um corte total de aproximadamente 1,25 ponto percentual até o final do próximo ano, em comparação com a faixa atual de 4% a 4,25%.

Enquanto isso, o representante de Comércio dos EUA, Jameson Greer, afirmou que as crescentes tensões com a China sobre os controles de exportação devem diminuir após negociações entre autoridades de ambos os países. Trump também demonstrou um otimismo cauteloso quanto a um possível desfecho positivo. "Temos uma relação justa com a China, e acho que tudo ficará bem. E se não ficar, tudo bem também", disse o presidente a repórteres na Casa Branca, na terça-feira. "Estamos enfrentando muitos desafios, mas fizemos grandes progressos."

Quanto ao cenário técnico do S&P 500, o principal objetivo dos compradores hoje será superar o nível de resistência mais próximo, em US$ 6.672. Esse movimento apoiaria uma valorização adicional e abriria caminho para um impulso até o próximo patamar, em US$ 6.682. Igualmente importante para os compradores (touros) será manter o controle acima de US$ 6.697, fortalecendo a posição de compra.

Em caso de recuo, impulsionado por uma queda no apetite por risco, os compradores precisarão se posicionar com firmeza em torno de US$ 6.660. Uma quebra abaixo desse nível poderia empurrar rapidamente o índice para US$ 6.648 e abrir caminho para US$ 6.638.